
Desde que a ideia de uma organização pública do trabalho de um bom Historiador tentando adaptar-se ao porvir da realidade do Brasil, começou tomar forma a Bacia do Prata sempre foi um assunto que precisava aparece logo, dentro de um contexto para que os ensinamentos sejam transmitidos em suas formas mais completas possíveis, pois há sempre falhas de interpretação. E este momento se construiu com a exposição Entre a Pedra e o Peixe.
Como nossa cultura ainda é muito pouco letrada, fontes muito interessantes sobre nosso território antes da chegada dos portugueses, são os relatos de exploradores. Os mais antigos são do século XVIII de alguns acadêmicos franceses; como continuação Celta havia muita curiosidade sobre a mítica Terra Brasilis. Mas alguns viajantes na década de 1970 vêm buscar saber quem eram os “Sábios Guarani”.
Perdão não referenciar, mas na época não tomei nota, só devorei muitos artigos em divulgações científicas e o artigo mais interessante parece ter evaporado. Uma hora encontramos algum documento com algum link e volto a ele, em seu momento. Mas neste momento a breve especulação é suficiente.
A narrativa condiz com diversos estudos, em especial os do nordeste brasileiro, o que mais se preocupam com nossa cultura, memória e arte. Os Sábios Guaranis adotaram o nome hispânico Pajé, pois consideravam a tecnologia ibérica superior à sua própria; e o mais impressionante é que o assunto já era debatido por todo o continente.
Os Guarani dominaram militarmente e culturalmente toda a bacia do Prata e o litoral brasileiro. Assim como os romanos, os Tupi eram, e ainda são, ótimos construtores de estradas, e mapearam uma passagem pelas serras, ligando sertão e litoral com amplas planícies, climas agradáveis e água em abundância. Chamamos esse caminho de Peabiru. Os Sábios Guarani contam que em seu melhor momento era possível caminhar até 3 pessoas, uma ao lado da outra com folga, do porto de Santos aos Alpes Latino-Americanos. Com o contato direto com os povos Incas os Tupi conheceram a fundição da prata e estavam em processo de debate sobre alianças com o incas que já estavam erguidos suas pirâmides no coração do Amazonas, com suas coroas de Sol.
Os tupi se dividiram em Guarani, que ainda habitam grande parte da Bacia do Prata, sendo Itapira um território dessa grande Nação sulamericana. O Paraguai é o país que mais mantém ligação cultural com nossa ancestralidade. Já os Tupinambás não tiveram a mesma sorte, fizeram mais guerra pela manutenção de antigos modos de vida e provocaram ainda mais mortes do que as que a natureza exige para se renovar. Devemos ainda adicionar as diversas novas doenças que os povos originários foram acometidos, sendo apenas em 2009 o primeiro contato entre “civilizados” e “selvagens” com uma excelente atuação da FUNAI, sem morte direta ou indireta; Na mesma época no Peru houveram ataques com finais trágicos para famílias dos envolvidos. Uma trágica consequência da intervenção militar em uma comunidade isolada entre Brasil, Bolívia e Peru. Somente há poucos anos as Universidades passaram a criar espaços próprios na roda de Sábios Guarani e assim recomeçar a contar suas própria História, a partir de pequenos fragmentos, histórias isoladas, tendenciosas para o bem, mas ainda a maior parte é para o mal, infelizmente.
Nosso esforço com esse breve ensaio, bem como com a realização da exposição Entre a Pedra e o Peixe, passa pela nossa vontade de motivar mais pessoas a lerem sobre, entenderem, comparem com seus próprios saberes e assim aprimorar nossa cultura, nossas tecnologias e viver com mais conforto, segurança e diversão.
A exposição Entre a Pedra e o Peixe é uma realização da Secretaria de Cultura e de Turismo de Itapira, cuja nossa organização está doando o serviço de suporte pedagógico e histórico.
Agende a visita guiada com sua família, amigos e alunos.
17ª Primavera dos museus
de 18 a 25 de setembro de 2023.