
Em uma de minhas conversas com minha avó perguntei-lhe se nossa família já trabalhou com boi de carro, imediatamente fez o olhar de quando se escuta uma obviedade, uma bobeira ou algo sem importância. – Sempre tivemos cavalos – respondeu com brevidade. Faz sentido a tradição celta exaltar cavalos, além de força suas atividades estimula nossa inteligência e sua imponência nos eleva senso de grandeza; e também serviam ao trabalho, com mais rapidez que os touros.
Na antiguidade, mesmos os celtas haviam muitos touros para o trabalho. Ao estudarmos a História do Brasil percebemos que a produção de carne exclusivamente para o corte é um sistema contemporâneo. Pois até a democratização do motor, carros de boi era o que transportava cargas pesadas, por longas distâncias e por curtas também, puxavam equipamentos no preparo do solo agrícola e produção leiteira.
Ainda durante a expansão dos trens, eram por carros de bois que o café subiam e desciam montanhas e serras, para ser leiloados nas cidades e embarcavam então para Campinas, as vezes Sorocaba ou outro lugar, e se de qualidade boa, em outro vapor trilhavam para Santos, esperando exportação. Pelo mesmo porto e pelos mesmos trilhos subiram para cá, no sertão paulista, os touros, vacas e bois, zebuínos e europeus, revolucionamdo a alimentação mundial mais uma vez.