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Taiobá

Tudo parou com a frase: .. não é resgatar; é dar continuidade a um trabalho. Voltei assistir o vídeo desde o começo e tudo ficou ainda mais claro, poético e bonito.

Espero que nosso irmão Taiobá, Edson Carlos de Carvalho, não se importe com nossa organização repassando sua sabedoria caipira; estamos dando continuidade a diversos trabalhos. Queremos engrandecer nossa cultura caipira, que incorpora o indigena, o petro e os ciganos, entre outros. Temos que saber de onde viemos para melhor escolher para onde vamos.

Embora em nossa região possa parecer inimaginável transportar gado, milho e tudo via cavalos, bois e muares, em vez de caminhões. Mas especialmente nas serras mais íngremes a tração animal é mais efetiva, e em outras localidade a questão é puramente cultural. Em Minas Gerais alguns fazendeiros ainda reservam uma parte do milho para carros-de-bois, finalizando com um grande almoço de agradecimento à excelente colheita. Entre os gaúchos, caipiras do Sul, alguns mantêm um modo de vida campeira nos pampas sem fim e entre os sertanejos, caipiras do Norte, se mantêm as couraças de couro para cavalo e cavaleiro buscar o gado na caatinga espinhosa. Taiobá usa roupas diferentes, embora a língua seja a mesma o ritmo muda, no entanto existem muito mais similaridades que nos evidenciam que tudo é Brasil. Ali está o petro, o índio, o cigano, o espanhol, o alemão, o japonês, o italiano e muitos outros tantos que podem até merecer aparecer mais. Está ali, basta escutá-lo, observá-lo e refletir sob seu discurso. Assim recomendamos que pare agora mesmo:

Como sujeitos acadêmicos, devemos reconhecer que a arrogância, velocidade e frieza do progresso causam em nós, caipiras, medo. Inteligentes e sábios, sabemos que são os doutores que inventam novas tecnologias que substituem o seu amado trabalho com a criação de animais ou com o cultivo de vegetais. Devemos escutar e fazer uma autocrítica de que a ciência serve aos financiadores e não necessariamente ao trabalhador, ao passo que há raríssimas linhas de pesquisas voltadas para a produção em pequena escala, ou mesmo de transição para uma maior. Assim se formam cartéis na produção agrícola, esvaziando o debate sobre políticas agrárias e desvalorização da mão-de-obra rural. Além do desprezo à cultura caipira quando se usa um personagens de índole duvidosa no lugar do poético, músico e apaixonado Juca Mulato, de Itapira, para representar nossa cultura raiz. Assim sendo, é justo e engrossamos a causa de Taiobá para que respeitem os doutores do mato também.